Enquanto espero meu pastel de banana, açúcar e canela, finjo estar interessada na TV do estabelecimento que passa algum filme do X-Men dublado e disfarço um leve constrangimento por estar sem companhia. E o constrangimento não é nem meu mas das pessoas ao meu redor.
E aí… Divago… E chego a conclusão que a preocupação das pessoas é maior do que a minha. E sei lá, acho que nem é preocupação em si, mas um certo ar de superioridade ao achar que por estar acompanhado (a) está melhor que eu.
Por que você ai com o seu namorado(a) ou família não pode estar tão bem quanto eu, meu smartphone e minha Coca Zero?
Tire a sua selfie pra colocar no Facebook e no Instagram como se fosse um “troféu” por não ter ficado em casa em um sábado a noite. Te faz feliz? Me chama pra tirar a foto então porque desse ângulo sua cabeça está cortada na foto. Mas só se for te fazer feliz de verdade, tá?
Em São Paulo talvez eu passasse despercebida, mas por aqui ainda percebo que ser diferente é ser observado e julgado com olhares preocupados o tempo todo em montar uma história que justifique “a moça ali comendo sozinha”.
Minha preocupação no momento? Saber se enquanto escrevo esse texto o pastel esfriou pra que eu consiga comer sem queimar a boca com o vapor quente que sai de dentro dele. E nada de selfie ou foto do pastel no Instagram. Só um texto-desabafo pro blog mesmo.
Cada vez mais eu tenho me arriscado nos passeios sozinha e cada vez gostando mais também. A diferença é que aqui as pessoas realmente não estão me olhando e me deparo com um montão de gente fazendo o mesmo, aproveitando seu dia, sua noite, tirando fotos (eu faço isso) ou não, mas sendo feliz, cada um à sua maneira. Tomara que as pessoas daí possam sair desse quadradinho que as limita e explorar outros horizontes, como a própria companhia. Estava com saudades de vir aqui no seu espaço, tudo lindo.
Ah, esse post me deu vontade de comer pastel de banana, nunca experimentei!
Um beijo, saudades mil!
Exatamente, Mai. Se fosse aí ia ser normal, mas aqui chama mais a atenção do que se fosse um ET que pousasse com o disco voador no meio da avenida. Mas o que eu escrevi é bem verdade: dane-se! Se eu não fizer por mim não tem ninguém que faça. E se você vier pra cá o pastel de banana é por minha conta. Brigada pela visita virtual, muita saudade!! <3