Recentemente eu tive uma conversa séria com um amigo onde ele me disse algo que abalou: “Alessandra, você não é grata”. Na hora aquilo bateu mas não doeu mas depois fiquei tentando digerir e entender como era possível eu ter chegado nesse ponto. Eu sentia sim gratidão, mas a real é que naquele momento, ele tinha razão. Estava numa fase onde nada e nem ninguém eram bons o suficiente. Vivia reclamando, criticando, mal-dizendo, ou seja, estava me tornando uma pessoa ingrata e amarga. Exatamente o contrário de quem eu era. E como eu cheguei a esse ponto?

Desde que resolvi mudar os meus padrões e costumes fiquei sem controle das coisas. Pra quem sempre esteve acostumada a estar um passo a frente, prever e calcular todos os possíveis caminhos e desfechos, essa experiência estava sendo um tanto quanto… desafiadora, digamos assim. Em todos os setores da minha vida, tudo levava para o mesmo lugar: abre mão, aceita o que está vindo, diz não de verdade para o que não quer e não te faz bem e agradece. E quanto mais eu negava isso, mais eu me tornava a pessoa descrita pelo meu amigo.

Aceitar essa verdade amarga foi bem difícil e mesmo depois de algum tempo dessa conversa, não digeri por completo. Desde que a ficha caiu, repetir e praticar o “mantra” acima tem sido um exercício constante. A cada ação, situação, tento tomar consciência do momento e desligar o piloto-automático. Mais um desafio engrandecedor para a lista de aprendizados nesses 32 anos.

 

gratidão-ale-koga
Não achei o criador da imagem para dar os créditos :/